26 de fevereiro de 2009

S2

Corações inquietos gritam no silêncio
Causam hiperatividade no peito
Irritam a garganta

Amam
Amam mais
Amam a mais

Quando dois corações inquietos se encontram
Além da gritaria
Fazem drama
Machucam
Desistem e se atiram
Só pra chamar atenção

Juntos, eles fazem amor e guerra.
E nunca sossegam

No fundo, no fundo
Corações só são dramáticos,
Quando amam demais
E transbordam em lágrimas

Quando não há lágrimas
Só há gritos

20 de fevereiro de 2009

De hoje em diante

... E nas andanças dessa vida tomamos caminhos certos, caminhos errados, bifurcações, andamos em círculos, até nos perdemos...
Ainda bem que a vida deixa a gente pegar o retorno e voltar pro caminho original.
Ainda bem que a mão dela estava lá pra eu segurar.
Ainda bem, porque agora não solto mais.

11 de fevereiro de 2009

Hoje

Um dia nessas andanças dessa vida que a gente não sabe onde vai dar eu topei meu caminho no caminho de outra pessoa. E tive certeza que era a pessoa com quem eu continuaria todas as andanças dessa vida. Essa certeza era tão certeza que eu podia continuar de olhos vendados. Só deixava aberto os olhos do coração.
E um dia sem mais nem menos os olhos do coração amanheceram fechados e eu tive que tirar a venda dos olhos da cabeça. Olhei em volta, não reconheci o caminho, não reconheci o céu, olhei pra ver meu amor e nossas mãos não estavam atadas.
Antes de perguntar onde eu estava, antes de entregar minha mão para o meu amor me pegar de volta, eu dei meia volta e desisti daquela andança dessa vida. Ficamos tão longe uma da outra que nem se eu gritasse ela me ouvia. Nem se eu subisse numa árvore, nem sinal de fumaça funcionava. E quando ela gritava, eu não ouvia.
Queria gritar várias coisas, queria poder dizer que as mãos estavam atadas mesmo sem se encostarem, que o caminho era nosso, mesmo sem a gente reconhecer. Queria dizer coisas que eu escrevia a noite, poemas que ela nunca receberia, lágrimas que ela nunca veria. Queria ouvir músicas que eram nossas e que ainda faziam sentido, lembranças guardadas que ainda davam arrepio.
Mas ela já estava longe. Longe demais pra eu fazer ela voltar, longe demais pra fazer sentido eu gritar, longe demais pra começar de novo. Eu sonhei que nada disso tinha acontecido, mas quando eu acordei, eu estava sozinha.

10 de fevereiro de 2009


Not as we

Reborn and shivering
Settled on new terrain
I'm sure uncasing
It's faint and shaking

Day one, day one
Start over again
Step one, step one
I'm barely making sense
For now I'm faking it
Till I'm psuedo-making it
From scratch, begin again
But this time I as I and not as we

6 de fevereiro de 2009

Fragmentos de "não-sei-o-quê" interno

Que angustia é essa que vai virar dor de garganta?
O que é isso preso, entalado?
Quem prendeu?
Quem entalou?
Por que está preso?
Como eu liberto?
Por que meu gato não me vê?
Por que estou triste?
Por que me sinto culpada?
Por que eu sinto que as pessoas sentem culpa, mesmo não desejando isso pra elas?
Por que eu ouço uma voz dizendo que estou fazendo coisas erradas?
Como eu digo pra essa voz que estou tentando meu melhor?
Por que mesmo depois de tentar o meu melhor algo continua fora do lugar?
Por que as coisas insistem em não encaixar?
Como eu volto a ter paz de espírito?
Como eu falo pras pessoas que eu quero gritar, mas que elas não se incomodem com isso, não é com elas, eu apenas quero gritar?
Como eu explico que não tenho a intenção de magoar ninguém mesmo quando isso acontece?
Como eu faço pra parar essa vozinha intrometida que não me deixa quieta internamente?
Eu peço ajuda pra quem?
Como esconder tudo isso quando alguém pergunta se está tudo bem e você não quer dizer que não está tudo bem, porque hoje é sexta, e de sexta você precisa interpretar o personagem feliz e de bem com a vida?

27 de janeiro de 2009

Tem coisa que passa e passa, tem coisa que passa e fica.

Então fica assim, eu ativo a memória seletiva E prometo deixar pro relicário as danças, os toques, os abraços, as conchinhas, mesmo sabendo que elas diminuiram gradativamente... um dia as tivemos em abundância.
Então deixa assim, sua presença aqui vai estar na parede, na porta, na música, e dentro do meu coração, dando nomes para os capítulos deste ciclo que encerrou.
Então vamos em frente, que as heroínas das histórias não param no tempo, elas tem muito o que ver e sentir, carregando toda sorte de experiência, plantando suas árvores em relicários alheios, de gente que virá nos próximos ciclos.
Então me entrego às fases: cheia, minguante, nova e crescente. E reservo um segredo pra cada Lua que eu ver.